Falando de... UM POUCO DA MINHA VIDA

Por : Princesa Regina sábado, 16 de março de 2013

Resolvi parar um pouco para contar um pouco da minha vida sem graça para vocês.
Quando eu era pequena, eu não tinha amigos na escola, era muito solitária. Os amigos que tinha era meus primos e vizinhos, e mesmo assim, passava a maioria do tempo me isolando com meus livros e amigos imaginários. Não saberia explicar o porquê disso, simplesmente era assim.
Isso tudo, gerou em mim uma imaginação tão grande, uma necessidade tão grande de ser aceita, que passei a inventar histórias (até então inocentes, como meus poderes, ou mundos encantados), que obviamente poucos acreditavam. O problema é que fui crescendo, e como minha infância durou mais do que a maioria das pessoas (até quinze anos), minhas mentiras foram se tornando maiores, e não sei em momento da minha vida, passei a acreditar nelas.
Aquilo foi piorando tanto, que chegou um momento que passei a inventar histórias tristes também. Sempre a respeito da minha vida, sempre exaltando o eu, sempre sendo egoísta e egocêntrica. Aquilo me machucava de verdade. Eu sofria de verdade. 
Com o tempo, as pessoas foram percebendo isso e me abandonando aos gritos e insultos (Eu era sempre a mentirosa e falsa, sempre a malvada da história), e eu sempre me fazia de vítima, achando que era a coitadinha, que perdia amigos com facilidade porque tinha uma doença horrível que eu nem sabia o que era, e que me fazia querer morrer.
Com a ida no psicólogo, descobri o nome do que tinha: MITOMANIA. Não que isso mudasse alguma coisa, continuava a mesma de sempre. A garota solitária, de poucos amigos, que inventava histórias para se promover e era depressiva pelo mesmo motivo.
No final do ano de 2011, estive no auge do desespero. Costumo dizer que foi a época mais macabra e triste que já vivi, porque pela primeira vez parei de planejar o futuro, parei de me importar com as pessoas e me isolei completamente do mundo. Passei as férias inteiras em casa, sem sair nem pra ir a padaria, e chorava com muita frequência. Tinha marcada a data da minha morte: 29/02/12. Não tinha mais motivos para continuar vivendo. Eu era uma garota fracassada, sem amigos nem metas de vida, que não conseguia sair do primeiro ano e não achava um motivo sequer pra ser feliz.
Foi dois dias antes do dia planejado, que conheci três pessoas que conseguiram o que nenhum amigo tinha conseguido em anos: me sentir importante, especial. Deixei de me matar porque senti um pingo de esperança nelas, senti um ar de mudança, um ar de felicidade chegando, e eu tinha razão.
Mais de um ano se passou da data que eu queria ter morrido. Como sempre, magoei quem eu gostava por causa dessa doença tão maldita. Mas me deram uma nova chance, um voto de confiança. 
Hoje me sinto tão feliz, que nem parece que sou a mesma pessoa do começo do ano passado. Sou alguém que tem motivos para ter feliz (namorado que eu pedi a Deus, amigos que pedi a Deus, melhores amigos que pedi a Deus, família que pedi a Deus e uma vida que pedi a Deus) e mudei muito, em pouquíssimo tempo. Nesse um ano, eu já amadureci, criei responsabilidades, me tornei uma amiga melhor e fiz amizades para levar para sempre. Nos últimos dois meses, parei de criar mentiras e hoje, aprendi a pensar antes de falar qualquer coisa a alguém, pensar se é verdade ou se foi minha cabeça que inventou. Mudei muito, por medo de perder quem eu amo, e ainda estou mudando. 
Deus me deu uma vida nova, e eu tenho que agradecer a Ele do melhor jeito: sendo a pessoa que Ele quer que eu seja, para que eu possa ter a vida que eu sempre quis.
Obrigada a vocês, que são culpados por tudo isso: Mãe, Pai, minha mana Dani, meu amor Nado e claro, meus amigos hoje e SEMPRE: Nice, Greice, Lu, Jenny, Kelly, Fran, Amanda, Gus, Gu, Miih, Ray e Viih. 
Eu simplesmente AMO VOCÊS.

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