Falando de... CASTELOS DE AREIA

Por : Princesa Regina sábado, 20 de abril de 2013

Suzana olhava o teto do quarto, abraçada na sua almofada preferida e escutando o ronronar do gato, que dormia no travesseiro ao seu lado. Ali deitada na sua cama, altas horas da madrugada, ela só pensava em uma coisa: O que fazer?
Suzana tem um namorado. Já faz algum tempo, e ela sempre achou que o amava. Sempre pensou que se sentia bem perto dele, que ele era tudo que ela sempre quis.
De repente, uma única tarde acionou uma alavanca dentro dela, e a confusão em sua cabeça reinou. Ela já não sabe o que fazer. 
O que afinal de passa na cabeça de Suzana? O que afinal se passa no coração de Suzana?
- Tem tanta coisa que eu gosto dele - ela desabafa em voz alta, como se falasse consigo mesma - Tanta coisa que eu não gosto. Mas de repente, parece que as coisas que eu não gosto se transformaram em algo tão grande. Mas e se... Não, chega de "e se". Eu não o amo.
Ela sentou-se na cama do quarto escuro, acariciou o gato, abraçou a almofada com mais força e deixou-se falar em voz alta, sem se importar se as outras pessoas da casa acordariam.
- A verdade é que eu amo a forma como ele me faz sentir. Eu amo a forma como ele me trata. Eu amo o fato de ele parecer ter sido feito para mim. Mas eu realmente não o amo.Eu amo o castelinho de areia que eu formei. Um castelinho com uma linda história de amor. Com lindos sonhos que não eram meus. E aqueles sonhos distantes, que eu tinha no íntimo, foram jogados de lado, como se não tivesse importância. Por quê? Porque ele não os quer? E quem disse que ele manda na minha vida? Eu quero realizar os meus sonhos.
Só agora notou que gritava. Ouviu a voz da mãe do outro lado pedir para que fosse dormir. Resolveu aceitar a sugestão. Enfiou-se dentro das cobertas, fechou os olhos e sussurrou.
- Preciso acabar com isso de uma vez por todas e ser feliz de verdade. Minha felicidade, não a que eu inventar, não a que eu criar. Sem mais castelinhos de areia.

Conto próprio.

E a vida é assim. Ás vezes, sem querer, criamos fantasias e ilusões em nossa cabeça, transformando tudo o que parece certo, em certo. Tudo que parece te fazer bem, em algo que te faz feliz. Transformando o amor a alguma coisa, em amor a uma pessoa. Transformando um curso que parece bom, em algo perfeito para a gente. Transformando o emprego que paga bem, em algo que te faz feliz. Porque temos a imensa mania de criar "histórias" em nossas mentes, verdadeiros contos de fadas, que transformam tudo em perfeição.
Claro que a gente tem que estar satisfeito com o que temos, temos que ser feliz com aquilo que conquistamos. Mas, quando não nos sentimos plenamente satisfeitos, mesmo que pareçamos felizes, temos sim, o direito de mudar, enquanto é tempo. Seja isso curso, emprego, namorado ou amizades. A vida é um ciclo, ninguém é obrigado a ficar muito tempo em um lugar só. Sorria, sim, seja feliz. Mas mude o que não te agrada, sonhe mais alto, e lute por esses sonhos, mesmo que para isso tenha que chutar alguns castelos. 
Afinal, de quê adianta "fingir ser feliz", se a felicidade está a um passo de você?

Deixe um Comentário

Seguidores